NYT: Arco gigantesco cobrirá restos do acidente em Chernobyl

Publicado em 28 de abril de 2014 no Terra.

Projeto de engenharia de US$ 1,5 bilhão deve resistir a 100 anos e vai servir para cobrir restos do reator, evitando novas contaminações radioativas na cidade ucraniana

Um gigantesco arco de 32 mil toneladas, revestido de aço inoxidável, está sendo construído próximo à região onde aconteceu o maior desastre nuclear da história: Chernobyl, na Ucrânia. A ideia é utilizar a estrutura para eliminar definitivamente o risco de contaminação radioativa no local, cobrindo qualquer resquício que tenha sobrado do acidente. As informações são do jornal The New York Times.

O ambicioso projeto de engenharia, que tem o tamanho capaz de cobrir a Estátua da Liberdade, nos EUA, foi planejado para ficar pronto em 2017. Segundo a publicação, o arco permitirá que o estágio final de limpeza de Chernobyl seja concluído, ou seja, os restos do reator 4 – onde ocorreu o acidente – serão encapsulados.

Estrutura deve ficar pronta em 2017 e servirá para conter os resquícios de radiação que ainda existem no local

Foto: AP

Por questões de segurança, os trabalhadores não podem construir o arco no local em que ele será utilizado. Logo, a estrutura está sendo erguida a uma distância segura e depois será transportada por meio de trilhos até o local do acidente radioativo. O custo do arco será de cerca de US$ 1,5 bilhão, financiado principalmente pelos EUA, além de outras 30 nações.

O projeto foi criado porque os engenheiros não acreditam mais na segurança do sarcófago de concreto e chumbo que hoje guarda o local. O arco gigante será construído para segurar a radiação de Chernobyl por cerca de 100 anos. Depois desse período, os cientistas acreditam que haverá tecnologia adequada para extrair o combustível do reator e depositá-lo em um lugar seguro, eliminando a ameaça constante no local.

Arco servirá como uma espécie de cápsula, onde ficarão guardados os restos do reator 4, onde aconteceu o acidente nuclear

Foto: AP

Devido às tensões entre a Rússia e a Ucrânia, novas preocupações foram levantadas e há dúvidas, por exemplo, sobre o comprometimento da Ucrânia a longo prazo. Por isso, um século pode não ser o suficiente para que um novo método seja criado. A respeito disso, o diretor de segurança nuclear do Banco Europeu, Vince Novak, afirmou que a validade do arco pode aumentar. “Se necessário, ele pode durar 300 anos ou mais”, afirmou.

Este problema é futuro, mas se torna ainda mais complexo quando visto pela perspectiva presente: o arco está sendo construído em um ambiente instável, que pode ser palco de lutas e invasões russas a qualquer momento. Hoje, trabalham na estrutura trabalhadores da Ucrânia, Turquia, Azerbaijão, Portugal, Holanda e cerca de outros 15 países.

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