Segurança é essencial para geração nuclear

Publicado em 17 de julho de 2011  no Diário do Nordeste.

Para que o urânio se solidifique como grande fonte de energia nos próximos anos, alguns fatores terão grande influência, de acordo com o DNPM. Primeiramente, a necessidade de total segurança nos processos nucleares, que representam, em caso de falhas, possibilidades catastróficas para a população e o ambiente. Outro item de alta relevância é a capacitação tecnológica, a qual demanda cerca de uma década até que se tenha o domínio da atividade. Mas a sensibilidade da opinião pública em relação ao fator segurança é fundamental. Nenhum governo investirá em larga escala em uma fonte que desagrada e amedronta a população.
Apesar de ser considerada uma alternativa importante para compor a cadeia energética mundial, o uso do urânio ainda é polêmico. É verdade que a energia nuclear, baseada no beneficiamento desse mineral, diminui a preocupação com o aquecimento global, pois é uma opção que tende a reduzir a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera, em relação aos processos baseados no uso de derivados de petróleo, que são grandes poluentes. Para se ter uma noção, uma usina do porte de Angra II, evita a emissão de 5 a 10 milhões de toneladas de dióxido de carbono anuais. Com o advento da Angra III, a diminuição subiria para 14 milhões de toneladas.
No entanto, contra o urânio consta seu processo de enriquecimento como forma de geração de combustível, que pode dar origem a armas nucleares.
Além disso, existe grande preocupação quanto ao lixo atômico advindo desse processo e as consequências negativas para o planeta.

Terremoto evidencia
O terremoto ocorrido em março deste ano no Japão pôs em evidência essa questão. A tragédia atingiu uma usina nuclear da nação asiática e causou temor na população. O evento repercutiu. Pouco tempo depois, a Alemanha anunciou o desligamento de seus empreendimentos desse tipo até 2022.

Meta é avançar
Contudo, no Brasil, a iniciativa parece ser mesmo em prol de avançar com essa tecnologia e não pará-la, o que só dá força ao projeto de Itataia. De acordo com o DNPM, a elevação no preço do petróleo deve fazer do urânio uma alternativa ainda mais promissora. E, nesse contexto, diz o órgão, o Brasil goza de vantagens: boas reservas do mineral, domínio da tecnologia de enriquecimento e experiência no setor. Entretanto, o custo de geração é acentuado, no comparativo com outras fontes. Portanto, o cenário precisa ser muito favorável para que esses investimentos sejam efetuados. Conforme o DNPM, o Brasil, detentor da sétima maior reserva de urânio do planeta, possui um recurso que, além de econômico, é estratégico.
Caso decida por aumentar a participação da energia nuclear em sua matriz energética, não estará sujeito a flutuações do preço internacional do urânio, já que possui o insumo em quantidade necessária. Além disso, o mercado poderá demandar o excedente do País, com a exploração na mina cearense (VX).

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