Falta estreitar laço comercial

Publicado em 17 de julho de 2011  no Diário do Nordeste.

A competição com o Espírito Santo, na questão das exportações de rochas ornamentais, poderia ser mais acirrada, tivesse o Ceará melhores relações comerciais com compradores externos. Eduardo Bezerra, superintendente do CIN (Centro de Internacional de Negócios), vinculado à Fiec, explica que a reestruturação do setor estadual tem passado pela produção cada vez mais forte desses materiais.
Tanto que as terras cearenses são o único lugar do País onde o granito rosa e o granito branco são encontrados. Contudo, o concorrente do Sudeste tem saído à frente no ranking de exportações, porque vem comprando o bloco de pedra local para dar um tratamento primário e enviá-la por lá.
“O nosso produto não está saindo pelo Pecém, está indo para fora por Tubarão (porto em Vitória)”, lamenta.

Ampliar relações
A proposta agora para o setor no Ceará é estreitar as relações com os compradores de outros países, para que além de produzir com competitividade, o setor local avance também na comercialização externa.
Em setembro próximo, Eduardo e mais dois empresários, Roberto Amaral (presidente do Simagran) e Ricardo Montenegro, estarão na cidade de Verona, na Itália, para estudar novos contatos com importadores e buscar equipamentos mais modernos para extração de rochas.
“Assim o nosso estado poderá entrar mais firmemente nas exportações de granito”, garante Bezerra.

Chineses lideram
Hoje, a maior parte dos compradores das rochas ornamentais do Ceará são os chineses. O México já foi um grande comprador, mas recuou.
Para além do granito, mármore e outras pedras, a China também importa minério de ferro cearense. De acordo com o superintendente do CIN, isso só prova que o setor está no rumo certo, no sentido de sua recuperação plena. “Quando o chinês vem comprar isso aqui, significa que ele esta encontrando o minério de ferro mais competitivo do que o produto da Vale. Isso significa, portanto, que nós podemos crescer “, afirma.

Minério do futuro
Contudo, a grande aposta de Eduardo é no que ele chama de o “minério do futuro”, da mina de Itataia, em Santa Quitéria.
Engana-se quem pensa que se trata do urânio, foco primário dos exploradores do lugar. Ele explica que, quando a mina estiver sendo devidamente lavrada, o produto principal deverá ser o fosfato, que servirá para uso agrícola. Eduardo Bezerra garante que já há interessados em visitar Itataia com esse propósito de exploração, mas ninguém ainda fechou negócio. A expectativa é que em poucos meses isso ocorra.

Importações
Enquanto os planos cearenses para aumentar o volume de exportações e alcançar patamares mais altos no ranking das vendas externas caminham, ao que parece, a passos largos, as importações são tímidas, para alívio do setor. A autossuficiência do Estado é comemorada. Praticamente, só é comprado de fora carvão para abastecer às térmicas. Ainda assim, a quantidade é pouca. “O que é de ferro, já vem processado”, detalha. Entretanto, quando a siderúrgica estiver funcionando, é possível que essas importações aumentem.

PREÇOS MELHORES
“Quando o chinês compra aqui, é porque está encontrando minério competitivo” Eduardo Bezerra – Superintendente do CIN

ANA CAROLINA QUINTELA
REPÓRTER

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