O fim da energia nuclear no Japão

Fonte: Site do Greenpeace Brasil

14 de setembro de 2012

O governo japonês anunciou hoje um marco histórico em sua estratégia energética e ambiental garantindo que até 2030 o país não terá mais usinas nucleares.

A promessa de que todos os reatores nucleares do arquipélago japonês sejam desligados até 2030 foi bem recebida pelo Greenpeace Japão, mas a organização não deixou de ressaltar que 18 anos ainda é muito tempo para manter a população livre de ameaças de novos acidentes.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Em Tóquio, protesto para que o governo japonês repense sua política nuclear e passe a investir em energias renováveis
(©Jeremy Sutton-Hibbert/Greenpeace)

Em Tóquio, protesto para que o governo japonês repense sua política nuclear e passe a investir em energias renováveis (©Jeremy Sutton-Hibbert/Greenpeace)A decisão é um reconhecimento de que o Japão não precisa e não quer energia nuclear, e foi tomada após incessantes protestos pela população japonesa depois do desastre em Fukushima.

 
Mesmo assim, o Greenpeace Japão alertou que o anúncio poderia ter sido mais ambicioso e que o governo e o setor energético devem se esforçar para eliminar rapidamente a energia nuclear e incentivar soluções que evitem futuros desastres.
 
“A estratégia do governo japonês envolve a desativação das usinas quase duas décadas depois do que deveria ter sido feita. Também esclarece para os empresários que as energias renováveis são o futuro”, disse Kazue Suzuki, da Campanha de Nuclear do Greenpeace Japão.
 
Kazue ainda disse que “o governo deve usar sua nova estratégia de energias renováveis para políticas mais ambiciosas, para buscar melhores medidas de eficiência energética, e progredir com avanços cada vez mais ambiciosos por uma economia verde que assegure a prosperidade futura do Japão”.
 
O Greenpeace demonstrou em sua publicação Revolução Energética que o Japão pode se recuperar economicamente sem deixar de cumprir suas obrigações de reduzir os gases de efeito estufa até 2020 e sem ter que ligar novamente nenhuma das usinas que foram desativadas depois do acidente em Fukushima.
 
O governo do Japão já obteve alguns resultados positivos. No dia 1o de julho, após apenas um mês de operação, 560 MW ou 20% do objetivo total do governo para 9 meses foi alcançado, mostrando que a legislação adequada já está incentivada o começo de da revolução das energias renováveis.
 
“Por muito tempo, os líderes do Japão ignoraram a população e colocaram em risco a saúde, segurança e estabilidade econômica de cada cidadão investindo em energia nuclear. E enquanto as pessoas de Fukushima continuarem a sofrer, todo o resto do país também sofrerá”, afirmou Suzuki. “Esse anúncio deve se tornar uma lei, caso contrário será visto como nada mais do que falatório para arrecadar votos antes da próxima eleição”.
 
“Um futuro livre de energia nuclear não é uma escolha, é inevitável. Essa estratégia energética fornece ao Japão o primeiro passo para eliminar os riscos nucleares para sempre. Além disso, é uma mensagem para que outros países também se comprometam a por um fim ao uso dessa tecnologia perigosa de uma vez por todas”, acrescentou Suzuki.
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