Japão abandonará energia nuclear na década de 2030

Por Agência EFE

Sexta-feira, 14 de setembro de 2012 – 09h37

 

Cuidado! Área de radiação

Tóquio – O governo do Japão decidiu nesta sexta-feira estabelecer o objetivo de abandonar a energia nuclear na década de 2030, em meio ao debate sobre a segurança das centrais atômicas após o acidente na usina de Fukushima em março de 2011.
 
A decisão, que segundo a agência "Kyodo" foi adotada em reunião ministerial, representa uma importante reviravolta na política energética do Japão, que antes da crise desencadeada em Fukushima pelo devastador tsunami do ano passado obtinha quase um terço de sua eletricidade das usinas nucleares.
 
Trata-se da primeira ocasião na qual o governo japonês, que até agora só tinha apontado sua intenção de "reduzir a dependência" do nuclear, afirma que tentará abandonar totalmente este tipo de energia no futuro.
 
Apesar do eventual futuro fechamento das centrais atômicas, o país continuaria abrigando instalações para processar resíduos nucleares como a que possui em Rokkasho, na província setentrional de Aomori, que recebe periodicamente dejetos altamente radioativos de países como o Reino Unido.
 
O plano energético adotado hoje pelo governo japonês detalha que se tentará criar "o mais rápido possível" uma sociedade que não dependa da energia nuclear, com vistas a eliminá-la totalmente na década de 2030.
 
Até então, se aplicará com severidade a legislação que estabelece em um máximo de 40 anos a vida operacional dos reatores nucleares no Japão, onde após o acidente de Fukushima só permanecem ativas duas das 50 unidades atômicas do país.
 
Além disso, não se construirão novos reatores e somente se reativarão aqueles que superem os requisitos de segurança determinados pelo Comitê de Regulação Nuclear, segundo os detalhes do plano revelados pelo site do jornal econômico "Nikkei".
 
A estratégia elaborada pelos ministros japoneses passa por triplicar até 2030 a geração de energias renováveis, e aponta que "por enquanto" aumenta a importância das centrais térmicas.
 
A paralisação da grande maioria das usinas atômicas no Japão já obrigou o país a aumentar neste ano amplamente suas importações de hidrocarbonetos, o que passou uma avultada fatura à balança comercial da terceira economia mundial.
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