Pedras locais ganham força no mundo

Publicado em 17 de julho de 2011  no Diário do Nordeste.

Com diversas jazidas disponíveis em seu território, o Ceará é um dos maiores exportadores de rochas ornamentais do País. No ano passado, as vendas internacionais desse tipo de minério chegaram ao ápice na história do Estado, com US$ 14,7 milhões (algo em torno de R$ 22 milhões) negociados com outros países, de acordo com dados do “Estudo Setorial de Rochas Ornamentais”, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), ligado à Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará).
Em relação a 2009, quando as exportações das rochas foram de U$ 9,8 milhões, houve crescimento de 50%. Entre 2002 e o ano passado, conforme o estudo, os avanços são superiores a 500%.

Queda nas vendas
No entanto, com o dólar desvalorizado e os problemas nas economias de nações desenvolvidas, no primeiro trimestre deste ano ante os três primeiros meses do ano passado, o segmento registrou queda de 51%: US$ 1,7 milhão contra US$ 3,7 milhões. Os grandes líderes desse mercado são Espírito Santo e Minas Gerais que, juntos, possuem fatia superior a 80% de tudo que é exportado pelo Brasil.

Granito é destaque
Os principais itens que deixam as terras cearenses são os granitos, constituindo mais de 80% das rochas ornamentais do Estado que chegam a outros países. Mármore, ardósia e outras pedras de cantaria também compõem a pauta de vendas ao exterior. Estados Unidos, China, Itália e Canadá são os compradores mais participativos.
De acordo com o presidente do Simagran, Roberto Amaral, as exportações direcionadas aos Estados Unidos são muito mais interessantes para o Ceará, porque a nação norte-americana adquire a chamada chapa polida, um produto beneficiado, com valor agregado muito maior. Enquanto isso, os chineses, que também são grandes produtores, preferem defender o mercado local e só compram os blocos de granito, cujo preço é reduzido.

Impacto da crise
Amaral lembra que, durante a crise financeira que acometeu a economia mundial em 2008, a mineração foi muito afetada e o segmento de rochas não escapou. “Foi terrível, porque vínhamos muito aquecidos e de repente houve um freio. Os compradores estrangeiros, principalmente, caíram muito, já que a crise econômica foi forte nos Estados Unidos e Europa”.

Mercado interno
No entanto, pondera, para a recuperação, o mercado interno foi fundamental. “O nosso forte foi sempre o Brasil. Nunca fomos muito dependentes de outros países, por isso, conseguimos nos reerguer”, diz. (VX)


Ana Cláudia de Araújo Teixeira
Núcleo TRAMAS – Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade
Departamento de Saúde Comunitária
Faculdade de Medicina
Universidade Federal do Ceará

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