Os segredos do submarino atômico brasileiro

Quem ainda não percebeu porque, no Brasil, se resiste tanto a parar com usinas nucleares e com submarinos atômicos, veja esta foto (em detalhe) e os parágrafos iniciais de artigo de Matias Spector na Folha de 4 de maio sobre mais um escândalo de corrupção (pouco noticiado…) :

Submarinos Nucleares

“Os delatores da Odebrecht já começaram a contar a história: uma parte dos R$ 14 bilhões investidos no projeto do submarino nuclear foi desviada para caixa dois de campanha eleitoral. Também houve propina para um lobista e para um oficial graduado da Marinha, embora o grande volume de dinheiro desperte suspeitas a respeito da existência de uma rede subterrânea de clientelismo e patronagem”.

E o articulista continua, já falando de pequenos acertos tentados pelos atuais ocupantes do Planalto, e das consequências para todos nós:

“O problema não termina por aí. Esse escândalo já havia circulado na imprensa nacional quando o Planalto exonerou do cargo o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Renato Machado Cotta. Ele tentara usar a Lei das Estatais para barrar a indicação de políticos do PMDB, Solidariedade e PR para diretorias-chave da Nuclep, empresa estatal responsável por construir parte dos equipamentos para o submarino. Cotta foi demitido por atrapalhar a partilha dos cargos e dos orçamentos públicos que é inescapável ao chamado ‘presidencialismo de coalizão'”.

“Quando as indicações políticas atrapalham a fiscalização de frigoríficos, por exemplo, o público corre o risco de comer carne podre. Quando há falhas na fiscalização nuclear, os danos potenciais são incalculáveis. Não há melhor lembrete disso do que o acidente de contaminação por radioatividade ocorrido há exatos 30 anos em Goiânia”.

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