Publicado em 20 de fevereiro de 2014 no Terra.
A Tokyo Electric Power Co., operadora do complexo industrial de Fukushima, no Japão, informou nesta quinta-feira que aproximadamente 100 toneladas de água altamente radioativa vazaram de um dos tanques do local, de acordo com a agência russa RT.
A água teria ultrapassado a barreira que deveria bloqueá-la de vazar do tanque que armazena o líquido contaminado. Funcionários da usina trabalham para conter o vazamento. Estima-se que 230 milhões de becquerel por litro de estrôncio e outras substâncias radioactivas tenham vazado.
A operadora e proprietária da central garantiu que conseguiu interromper o fluxo de água às 5h40 locais (17h40 de Brasília da quarta-feira), cerca de seis horas depois de descobrir o vazamento. O líquido teria escorrido até o solo através de uma calha acoplada ao tanque para evitar o acúmulo de água da chuva em sua cobertura.
No entanto, por não existirem estruturas de escoamento no local, a Tepco acredita que o líquido não conseguiu chegar até o mar. “Não há nenhuma fossa perto deste depósito, que está afastado do Oceano Pacífico e, portanto, é pouco provável que a água que escapou tenha chegado ao mar”, disse o representante da empresa. A distância entre o depósito e a costa é de quase 700 metros.
O vazamento ocorreu novamente em um dos tanques que foram construídos rapidamente, após a explosão da crise nuclear em 2011, para armazenar a água utilizada no resfriamento dos reatores acidentados. Para fundir as partes desses contêineres foram utilizadas resina e fixações metálicas ao invés de solda.
Em tanques deste tipo ocorreram graves vazamentos no ano passado, um dos quais obrigou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a classificar o incidente como “sério”, no nível 3 da Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
No entanto, o porta-voz da companhia explicou que a natureza deste último vazamento parece diferir dos ocorridos em 2013. A Tepco ainda está investigando o motivo do vazamento, enquanto os operários da central estão retirando a maior quantidade de água possível, e também a terra que ficou contaminada.
O terremoto e tsunami de 11 de março de 2011 provocou em Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobyl (Ucrânia), em 1986.
As emissões resultantes fizeram com que as 52 mil pessoas que residiam em torno da central tivessem que abandonar suas casas e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local.
Com informações das agências EFE e AFP