Publicado em 19 de março de 2013 na Folha de São Paulo.
Um apagão obrigou a central nuclear japonesa de Fukushima, devastada por um tsunami em 2011, a suspender a refrigeração em três piscinas de combustível usado, confirmou nesta terça-feira a operadora Tepco.
A eletricidade foi cortada às 18h57 locais (6h57 de Brasília) de segunda-feira (19) por um motivo desconhecido e as piscinas permaneciam sem energia após as 9h locais de terça-feira (21h de Brasília), explicou um porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco).
"A corrente elétrica utilizada para refrigerar as piscinas dos reatores 1, 3 e 4 foi cortada", admitiu o porta-voz da Tepco Kenichi Tanabe. "Estamos tentando restabelecer" a energia.
Tanabe acrescentou que o problema também paralisou os equipamentos de tratamento do material contaminado, incluindo rejeitos radioativos.
"Nossos instrumentos de medição na região não detectaram qualquer mudança importante nos níveis de radioatividade", disse o porta-voz, descartando a possibilidade de uma nova crise.
Até o momento, o incidente não afetou a injeção de água nos reatores 1 e 3 da central, cujo combustível se fundiu após o acidente de 2011, destacou Tanabe.
Na manhã de segunda-feira, antes do apagão, a temperatura das piscinas era de 25 graus Celsius, muito abaixo do limite de segurança de 65 graus, segundo o porta-voz.
A Tepco dispõe de quatro dias para restabelecer a energia antes que a temperatura atinja o limite de segurança na piscina do reator 4, a que tem mais combustível usado, disse Tanabe, citando uma elevação de temperatura de 0,3 a 0,4 grau por hora, em média.
Para as outras piscinas, a Tepco dispõe de mais tempo: entre 14 e 26 dias, respectivamente.
O acidente nuclear de Fukushima, o pior desde o desastre na central ucraniana de Tchernobyl, em 1986, ocorreu após o tsunami gigante de 11 de março de 2011, que provocou a suspensão do fornecimento de energia e a paralisação dos sistemas de refrigeração da usina atômica, situada 220 km a nordeste de Tóquio.
