CONSULTA SOBRE PROPOSTA DE CAMPANHA CONJUNTA

AMIGOS E COMPANHEIROS DE LUTA CONTRA FONTES POLUENTES E POR ENERGIA ELÉTRICA ALETERNATIVA

 

CONSULTA SOBRE PROPOSTA DE CAMPANHA CONJUNTA

 

O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social tem, desde anos, a meta de organizar uma campanha nacional em favor de mudanças na Política Energética nacional, visando incluir nela fontes abundantes e muito menos poluentes, como a Solar, a Eólica, a Biomassa e o Movimento natural das águas do mar. Esse objetivo faz parte da luta por um objetivo maior, a saber: a necessária diminuição da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, contribuindo para evitar que a temperatura da Terra ultrapasse os já perigosos 2ºC de aquecimento, infelizmente já inevitáveis segundo praticamente a totalidade de pesquisas e estudos sobre as mudanças climáticas. Objetiva, igualmente, evitar a produção de energia nuclear, libertando a população humana e a comunidade de vida da Terra dos horrores dos desastres ligados a esse tipo de usinas e da contaminação do lixo por ela produzido.

Na recente reunião de seu Grupo Executivo, emergiu a consciência da importância das campanhas ligadas à temática da energia: contra a energia nuclear e contra a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, bem como contra o desperdício e os altos preços da energia. E a reflexão trouxe para a mesa do planejamento a seguinte questão: não seria mais interessante e produtivo que a campanha por fontes alternativas de energia se somasse ou juntasse com as campanhas contra a energia nuclear e contra as grandes hidrelétricas da Amazônia?

A presente mensagem tem a finalidade de comunicar que o Fórum está convencido de que as três ou quatro campanhas se reforçariam mutuamente, por sua complementaridade, se fossem organizadas de alguma forma em conjunto. Cada uma poderia, e até deveria, ter estratégias específicas, mas, por serem reconhecidas pelas demais, teriam um poder mobilizador ampliado significativamente. Por outro lado, as duas campanhas contra formas poluentes de produção de energia necessitam da referência às fontes alternativas, e a campanha pelas fontes alternativas necessita da demonstração de que as fontes hoje priorizadas na política energética nacional são geradoras de desastres sociais e ambientais.

Apenas para relembrar, assim como a energia nuclear demonstrou ser uma ameaça à vida humana e ao ambiente geral da vida, as fontes fósseis – diesel, gás, carvão – utilizadas em usinas térmicas, bem como o represamento de água dos rios em grandes lagos artificiais, são emissoras de gases de efeito estufa na atmosfera. Trata-se do dióxido de carbono e do metano, este produzido pela decomposição de material orgânico no leito dos lagos e emitido através das águas que movimentam as turbinas.

Por outro lado, as três campanhas ganharão ao assumir em conjunto a pergunta: mais energia para quê e para quem? Em outras palavras, é essencial colocar em questão o critério básico e praticamente único para a definição da quantidade de energia necessária para o futuro: o crescimento exponencial da economia, de modo particular a que está ligada à extração, primeira industrialização e exportação de commodities minerarias, agropecuárias e florestais. É fundamental também colocar em questão a falta de políticas efetivas de eficiência energética, na indústria especialmente, mas também em todos os demais setores da vida.

Recente estudo indica que com apenas 21 bilhões de reais de incentivos seria possível produzir 8% da energia atualmente gerada no Brasil através da microgeração de energia solar fotovoltaica descentralizada. Em outras palavras, com muito menos do que está sendo gasto na usina Belo Monte, seria produzia quantidade maior de energia, e com a vantagem de ser consumida perto da fonte, evitando perdas em linhões de milhares de quilômetros…

PROPOSTA

Em vista do exposto, o Fórum está fazendo a seguinte proposta:

 – que cada uma das articulações que estão implementando as campanhas contra a energia nuclear e contra as grandes hidrelétricas na Amazônia examinem a conveniência e o interesse de juntarem-se numa articulação maior e implementarem suas campanhas junto com a do Fórum, em favor de fontes alternativas de energia.

– que, se estiverem a favor, todas contribuam para que cheguemos a uma primeira data de encontro presencial com pelo menos duas pessoas por campanha para iniciarmos o processo de construção conjunta de objetivos, estratégias e passos concretos da campanha de conjunto, examinando se seria possível, como primeira alternativa, que a reunião aconteça em Brasília, na sede da Secretaria do Fórum, nos dias 26 e 27 de fevereiro ou, alternativamente, nos dias 6 e 7 de março.

Esperando que todos acolham a proposta tendo presente os ganhos no avanço da luta democrática por uma matriz energética mais limpa para o país, abraçamos a todas e todos e solicitamos breve retorno.

Fraternalmente,

Ivo Poletto – assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social

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