Relatório alerta para insegurança atômica

Publicado em 12 de janeiro de 2012 no O Globo.

William J. Broad

NOVA YORK.

Especialistas de um grupo privado de Washington divulgaram publicamente um estudo que classifica os países conforme as precauções que eles tomam em relação ao setor.

Os 32 países que dispõem de materiais que podem compor uma bomba atômica são normalmente muito discretos quando o assunto é segurança – dando ao público a impressão de um universo completamente fechado e vigiado por guardas armados. Nos bastidores, pessoas ligadas ao setor contam histórias de horror sobre práticas arriscadas e falhas na segurança que poderiam levar os ingredientes cruciais de uma arma atômica a cair em mãos erradas.

Agora, pela primeira vez, especialistas divulgaram publicamente um estudo que classifica os países conforme as precauções que eles tomam em relação ao setor. O estudo é cheio de supresas. A Austrália, por exemplo, vem em primeiro, como o país com melhor segurança nuclear. Já o Japão chega em 23º, atrás até do Cazaquistão e da África do Sul. Os EUA estão empatados em 13º com a Bélgica. O último lugar ficou com a Coreia do Norte, que o estudo concluiu ter uma série de deficiências em termos de segurança no setor.

O Irã apareceu na lista por enriquecer urânio, e recebeu uma péssima nota devido a uma série de fatores que inclui corrupção, instabilidade política e procedimentos pouco rigorosos de controle. Dos 32 países analisados, ele ficou em 30º lugar. Já o Japão foi mal avaliado por falta de uma agência reguladora independente.

O ranking foi elaborado por um grupo privado de Washington – Nuclear Threat Initiative – e uma empresas de Londres que analisa situações de risco, a Economist Intelligence Unit. O objetivo da pesquisa é alertar o mundo para os riscos e impulsionar melhorias no setor, diz Sam Nunn, um dos fundadores do grupo de Washington.

Para cada país, o estudo observou 18 fatores envolvendo a segurança nuclear, incluindo as proteções físicas, as formas de transporte e fatores sociais, como estabilidade política e corrupção. Entre os nove países claramente dotados de armas nucleares, o Reino Unido foi considerado o mais seguro.

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