O documentário “Césio 137 – o brilho da morte” (2003), de Luiz Eduardo Jorge, traz em breves 25 minutos aspectos bastante atuais relativos ao acidente em Goiânia. O descaso com relação às vítimas, a irresponsabilidade da Comissão Nacional da Energia Nuclear (CNEN) em colocar trabalhadores sem preparo nem qualquer tipo de proteção para limpar ou isolar as áreas contaminadas, a negligência do Estado e de médicos em não reconhecer centenas de pessoas afetadas como vítimas, a discriminação contra pessoas contaminadas 15 anos depois dos acidentes…
Quantas vidas poderiam ter sido salvas se houvesse o investimento necessário em prevenção, isolamento e descontaminação de áreas afetadas pelos resíduos? Ou, ainda, se a Santa Casa, hospital que mudou-se e deixou o césio 137 abandonado em um terreno baldio, tivesse tomado as medidas necessárias de segurança?
Como aponta o Dr. Marcos Antônio Ferreira Alves, promotor de justiça, o ocorrido em Goiânia só foi acidente no primeiro momento. Depois, houve sucessivos descasos e negligência do Estado perante milhares de vidas.