Energia Solar substituindo a energia nuclear: uma questão matemática de futuro

Por Mario Gabriel* para o site do FST Energia

Um dia, poderá faltar petróleo, urânio, mas Sol não faltará. Poderá faltar água nas torneiras, rios e represas, mas o Sol ali estará.

Partindo do princípio de que, por uma questão de pura matemática:

– É possível multiplicar a geração solar sobre telhados, estradas, veículos, estacionamentos, estádios, pontes, sobre a terra, etc., espaço explorado atualmente “em menos de 0, 000000001…%”;

– É possível que as pessoas, de todas as classes sociais, se interessem na instalação de equipamentos de geração solar em seus telhados, particularmente, caso o valor gasto para isso seja igual ou menor do que o gasto mensal atual com a conta de luz, levando em consideração os créditos gerados no telhado.

Então, há de se chegar a esse “número mágico” que represente um gasto mensal igual ou menor do que o gasto já existente com a conta de luz. Assim, todos, 100% das pessoas, vão querer gerar energia elétrica via solar em seus telhados, gerando também trabalho e renda, tudo descentralizadamente. E, nesse dia, estaremos diante de uma verdadeira revolução da energia. Certamente, não haverá mais “necessidade” de se manter e de se construir usinas nucleares.

Como se chegar a esse “número mágico”?

Analisemos o que poderia diminuir o valor de uma parcela mensal:

– O instituto Ideal (http://institutoideal.org) tem o projeto “50 telhados”, para ser executado em pelo menos 20 cidades, chegando-se a um total mínimo de “1.000 telhados” (www.americadosol.org/50telhados). “Com tal ação, entre os anos 2014 e 2015 o Brasil teria instalado o equivalente ao projeto alemão “1000 telhados”, responsável por impulsionar a energia solar fotovoltaica na Alemanha.” O projeto pode contar ainda com o apoio de instituições.

– Foi criado um “fundo solar” (www.americadosol.org/fundosolar), “…uma iniciativa do Instituto Ideal em parceria com o Grüner Strom Label (Selo de Eletricidade Verde da Alemanha) e conta com o apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH”. “…Nessa primeira fase, o fundo possui um total de 25.000,00 euros (R$ 65.000,00). Cada projeto poderá receber no mínimo R$ 1.000,00 e, no máximo, R$ 5.000,00″.

– Já existem dezenas de empresas do setor de energia solar atuando no Brasil (www.americadosol.org/fornecedores), e muitas delas diminuiriam seus lucros para atender grupos de clientes interessados, conforme contatos já realizados.

– Já existem bancos comerciais que financiam renováveis. Temos conhecimento de pelo menos um: Santander financia em 60 parcelas, com juros de 1,6, com a possibilidade desta instituição aumentar o número de parcelas e/ou diminuir a taxa de juros, caso se reúnam grupos de clientes interessados.

– Foi criado um simulador (www.americadosol.org/simulador) capaz de informar sobre as características do equipamento solar, necessário para atender o consumo de energia em cada imóvel. Assim, facilitando o calculo dos valores.

– Campanha nacional pela produção e uso da energia solar descentralizada – Fórum mudanças climáticas e justiça social (http://antinuclearbr.blogspot.com.br/2012/11/campanha-nacional-pela-producao-e-uso.html).

– Existem ONGs, governos, bancos e outros tipos de entidades, locais, regionais, nacionais e internacionais, capazes de criar outros fundos que permitam apoiar financeiramente projetos solares, ou financiar estes projetos, especialmente, para atender quem menos teria condições de acesso à estes equipamentos de energia solar.

– Criação de cooperativas solares, capazes de importar, de comprar no Brasil ou de fabricar, instalar e fazer manutenção, em relação aos equipamentos solares. Desta maneira, aumentando a geração de trabalho e renda, e diminuindo o custo final das instalações.

– Outros meios que possam diminuir o valor da parcela, para que o gasto mensal se aproxime ao valor já gasto mensalmente com a conta de luz.

Este é o desafio: encontrar a fórmula matemática certa, reunindo diversos elementos, para que todos (sem discriminação por classe social) possam gerar energia em seus telhados via fontes renováveis. E assim, eliminarmos a “necessidade” de uso e construção de usinas nucleares. Ou seja: desafio de transformarmos o direcionamento à crítica negativa em um direcionamento à construção de meios que eliminem a necessidade do uso da energia que vem das nucleares.

Convido todos e todas à contribuir com este tema tão importante para o futuro energético, e a segurança do Brasil, da América Latina e do planeta.

*Membro da Coalizão por um Brasil Livre de Usinas Nucleares

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