Publicado em 9 de maio de 2013 no Último Segundo.
Em 2012, Megan Rice e outros dois ativistas cortaram a cerca e entraram na usina Y-12 no Tennessee; freira afirmou que seu 'arrependimento é ter esperado 70 anos' para invadir
A irmã Megan Rice e os ativistas Michael Walli, 64, e Greg Boertje-Obed, 56, admitiram terem cortado a cerca e entrado na usina Y-12, em Oak Ridge, no Estado americano de Tennessee, que processa e armazena urânio enriquecido usado para bombas nucleares.
O incidente, ocorrido em julho de 2012, desencadeou mudanças nos planos de segurança do local. A sentença dos três condenados ainda não foi definida, mas pode chegar a até 20 anos de prisão por sabotagem à usina.
AP
A freira ativista Megan Rice participa de marcha antes do seu julgamento por invadir uma usina nuclear (8/5)
Mas advogados de defesa dizem que os ativistas realizaram apenas um protesto simbólico e não prejudicaram o funcionamento da usina. Megan Rice disse não se arrepender de seu ato. "Meu arrependimento é ter esperado 70 anos ( para fazê-lo )", disse à imprensa local. "( A usina ) causa apenas morte."
Ao ouvir a condenação perante a Corte, Megan levantou-se e sorriu. Seus simpatizantes choraram e cantaram músicas de protesto.
Segurança
O trio admitiu perante à Justiça ter invadido a usina nuclear, caminhado pelo local, grafitado palavras de ordem e destruído uma parede com um martelo. Eles passaram duas horas lá dentro. Os danos teriam sido de US$ 8,5 mil (R$ 17 mil), pelo fato de as operações da planta terem sido supostamente afetadas.
Depois do incidente, o Congresso americano e o Departamento de Energia investigaram a segurança do local e identificaram "amostras de inaptidão".
A empresa que cuidava da segurança do local foi substituída. "Somos uma nação de leis", declarou ao júri o promotor Jeffrey Theodore. "Você não pode tomar a lei em suas mãos e forçar suas opiniões sobre as demais pessoas."
Ao mesmo tempo, autoridades admitiram que os três manifestantes nunca chegaram perto do material nuclear presente em Y-12. O advogado de defesa Francis Lloyd diz que seus clientes foram "bodes expiatórios", punidos por conta das falhas de segurança encontradas na usina.
Em declaração à corte, Boertje-Obed disse que "armas nucleares não oferecem segurança. Nossas ações ( ao invadir o local ) estavam oferecendo segurança real e expondo a falsa segurança."